por vezes tenho refeições mais ou menos cerimoniosas onde é suposto escolher e falar sobre a porra do vinho. é o pânico. um autocarro a 140 a hora a descer a ladeira do seminário. para além da regra desesperada (tinto carne, branco peixe, verde marisco) não tenho nada aonde me agarrar. "eu gosto do quinta do cabriz" avanço a medo. "podiamos experimentar um alentejano..." respondem implacáveis. "porra... a geografia do vinho. tenho que comprar um livro".
ainda no restaurante circunspecto, quando a conversa não avança além de tourigas e tintas rorizes... sou fundamentalmente incapaz de descrever a qualidade de um vinho. a conclusão é evidente: nunca encontrei nenhum fruto silvestre dentre de um copo; aromático? quê o vinho?; a madeira, ahh a madeira velha... "leve frescura vegetal e uma leve doçura floral" e "o álcool surge bem integrado no conjunto aromático"... nunca chegarei ao valhala e nunca vou conseguir dizer isto
a verdade é que gosto mesmo do quinta do cabriz e, como costumo dizer à Ana quando vamos às compras, não há razão para provar outro vinho se gosto muito deste. no futebol até dizem "equipa que ganha não mexe".
porque é que compro discos novos? para voltar a ouvir pela primeira vez surfer rosa; o patashnik; as colecções de ambient-dub; os discos dos velvet, dos new order, dos smiths; o "comme je suis triste et seule ici" do p namlook
porque é que não provo vinhos diferentes?
não sei.
e o porquê deste texto? 1. a fotografia do pinto é quinta do cabriz. 2. também sou incapaz de dissertar sobre fotografia. por isso falo sobre vinhos (podia escrever uma tese sobre sonic youth mas não me apetece). 3. os sonic youth dão-me realmente seca. eles provavelmente compram quinta da leda 2001.
2 Comentários:
a fotografia e os vinhos.
por vezes tenho refeições mais ou menos cerimoniosas onde é suposto escolher e falar sobre a porra do vinho. é o pânico. um autocarro a 140 a hora a descer a ladeira do seminário. para além da regra desesperada (tinto carne, branco peixe, verde marisco) não tenho nada aonde me agarrar. "eu gosto do quinta do cabriz" avanço a medo. "podiamos experimentar um alentejano..." respondem implacáveis. "porra... a geografia do vinho. tenho que comprar um livro".
ainda no restaurante circunspecto, quando a conversa não avança além de tourigas e tintas rorizes... sou fundamentalmente incapaz de descrever a qualidade de um vinho. a conclusão é evidente: nunca encontrei nenhum fruto silvestre dentre de um copo; aromático? quê o vinho?; a madeira, ahh a madeira velha... "leve frescura vegetal e uma leve doçura floral" e "o álcool surge bem integrado no conjunto aromático"... nunca chegarei ao valhala e nunca vou conseguir dizer isto
a verdade é que gosto mesmo do quinta do cabriz e, como costumo dizer à Ana quando vamos às compras, não há razão para provar outro vinho se gosto muito deste. no futebol até dizem "equipa que ganha não mexe".
porque é que compro discos novos? para voltar a ouvir pela primeira vez surfer rosa; o patashnik; as colecções de ambient-dub; os discos dos velvet, dos new order, dos smiths; o "comme je suis triste et seule ici" do p namlook
porque é que não provo vinhos diferentes?
não sei.
e o porquê deste texto?
1. a fotografia do pinto é quinta do cabriz.
2. também sou incapaz de dissertar sobre fotografia. por isso falo sobre vinhos (podia escrever uma tese sobre sonic youth mas não me apetece).
3. os sonic youth dão-me realmente seca. eles provavelmente compram quinta da leda 2001.
gosto muito desta música
é orientadora
foca
e o teu comment é muito bom
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